Ao perceber que encontra-se sem saída, que está cercado e que seus comparsas já encontraram o seu trágico destino.
Mesmo em pensamento, Saloví faz sua súplica:.
E essa, pode ser a última da sua vida. "Senhor Jesus, primeiramente, perdoe a minha ignorância, ao pensar que ainda tenho direito de me apresentar diante de Ti
Mas, por caridade: converse com o Senhor Deus, Teu Pai..
Clame à Ele para que tenha piedade da minha alma!
Diga à Ele, que eu que te implorei.
Diga que em Teu nome: clamei por piedade .
Fale sobre meus pensamentos e desejos mais ocultos, que sempre compartilhei com o Seu Santo Espírito. ó Senhor!
Senhor sempre soube que fui obrigado a levar esse sangue sobre a minha cabeça.
E que desde que entrei para esta vida eu nunca desejei de coração, fazer mal a ninguém.
Fale das vezes que eu me encontrava em esconderijos improvisados.
E em pensamento, clamava pela Tua misericórdia.
Diga que sou grato pela Tua proteção.
Porque eu sei que toda vez que o barulho que vinha da arma do adversário ecoava em meus ouvidos.
E para salvar a minha vida, eu virava as costas e fugia.
Eu sempre encontrei abrigo.
Ainda que, em meio a casas abandonadas, restingas e manguezais.
Toda vez que eu me via obrigado a acionar minha arma para defender minha vida. Antes, de fazê-lo, eu sempre procurei encontrar uma maneira de perdoar, para um dia, poder ser perdoado por Ele. Diga que eu nunca senti o menor prazer ao me deparar com o pavor estampado no rosto do meu inimigo toda vez que o peguei de surpresa em mais um acerto de contas. Diga que ainda assim sou grato. Pois, eu sempre soube que o meu inimigo esteve à espreita, em forma de abajour. Aguardando o meu momento de distração, louco para ceifar a minha vida. Sou grato, porque enfim chegou esse momento e sei que não me encontro só. Diga que sou grato, pois finalmente, por onde eu passar eu não deixarei mais esse rastro de sangue, de tristeza, de carne queimada, de gritos, de choro. Deus, onde fica a saída deste lugar? E onde fica a entrada dO Teu esconderijo? Sei que eu não mereço... Mas, leve minha alma daqui, leve-a para junto de Ti. Tudo isso que eu te peço e também, tudo que eu te agradeço, não é nada em meu nome. E sim: No Nome de Jesus Cristo O Seu Filho amado, O Qual é bendito e eterno, não só por hoje, mas, por toda a eternidade e sempre. Amém". Ele faz isso. Sim, ele faz isso, enquanto seu corpo é transpassado por inúmeros projéteis de chumbo quente. Sem forças para se manter de pé, ele vai se inclinando e ao mesmo tempo ouvindo alguém sorrindo pra ele. Sorrindo dele, da sua derrota, do seu sofrimento. A vida é assim, porque com a morte seria diferente? Ele deita lentamente no chão frio. É dia claro e o sol brilha forte no céu. E é exatamente para ele que Saloví direciona o seu último olhar. E enquanto a pupila do seu olho vai se dilatando. Ele não faz mais nada. Apenas: sorri. A morte de Saloví. Outro fragmento do livro: O Palácio dos Vales Por: Marcio Lucio Diniz Alves
segunda-feira, 14 de julho de 2025
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