Dizes que és amor. Mas o que é o amor, senão um nome que damos àquilo que não compreendemos?
Se tu és amor, és também nada, pois o amor não se vê, não se apalpa, apenas se experimenta.
E se és nada, ainda assim és. Pois o nada, quando amado, já se torna algo.
Não te assusta que o ser, quando reduzido ao amor, se torne menor para o mundo, mas maior para si mesmo?
É como beber de uma taça vazia e ainda assim saciar a sede.
Logo, o que resta?
Apenas ser — ser este nada que ama, ser este tudo que carece, ser o paradoxo de existir no invisível.
Assim convém.
Pois viver é nada mais do que isso: amar, e no amor, aceitar o mistério de não saber quem se é.
Márcio Diniz
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