Clariomar pergunta:
— Eberlândio, o que você faria se ganhasse uma quantia considerável de dinheiro?
Lembrando que, pouco antes de chegarem a esse assunto, Clariomar havia reclamado da sua televisão; disse, ainda, que ela é antiga e que não está assistindo aos jogos em casa, de tão ruim que a danada está.
— Clariomar, meu amigo, se eu ganhasse esse dinheiro, eu ia te dar um baita de um presente: uma smart TV LED, da melhor que tivesse à venda no mercado — com 3D, home theater e tudo!
— Mas que absurdo!
— Eu jamais aceitaria um presente dessa maneira!
— Tudo o que eu possuo é fruto do meu trabalho, do meu suor.
Clariomar fez cara de bravo e lançou um olhar sério em direção a Eberlândio, que desconversou e mudou de assunto.
— Eberlândio, você pode me dar um cigarro?
— Parei de fumar — respondeu.
Porém, enfiou a mão no bolso, pegou dinheiro e deu para ele:
— Faça o seguinte: aproveite e compre logo um maço pra você.
Clariomar sorriu, agradeceu feliz da vida, pegou aquele dinheiro e foi atrás do seu bendito maço de cigarro.
Saiu. Não voltou mais.
Moral da história: para o fumante que se preza, por maior que seja o seu orgulho, mais vale um maço de cigarro na mão do que uma smart TV LED — da melhor que há à venda no mercado, com 3D, home theater e tudo — voando.
Márcio Diniz
12/07/2014 — Km 40, Seropédica — Rio de Janeiro

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